Para quem tem a lembrança de Nara Costa, nos palcos incentivando o público a fazer o 180, 1360º, agora pode substituir essa imagem por uma mulher que faz questão de levar a palavra do Senhor para onde quer que vá, sem estar associada à "música secular" e que se apresenta como Nara Costa Serva de Deus.
Ícone de um dos ritmos da Terra, o arrocha, que nos últimos anos ganhou espaço no mercado nacional, a cantora Nara Costa completa em 2024 doze anos de sua conversão ao evangelho
Segundo a artista, a mudança foi motivada por uma traição. Nara, que era do candomblé, conta que chegou a entrar em depressão após ser traída pelo parceiro na própria casa, e foi na igreja que ela conseguiu se reerguer.
"Eu era do candomblé. Não quero falar mal de religião de ninguém, muito pelo contrário, mas eu não achei o que eu precisava onde estava. Eu passei por uma dor muito grande, onde fui traída pelo meu marido por todas as mulheres que andavam dentro da minha casa e eu não entendia o motivo. Porque ele sempre foi um marido presente, um pai presente, ele era meu empresário, cuidava da minha carreira e estava tudo muito bem, até que eu descobri aquilo. Para mim, foi o fim do mundo, e o único lugar que eu encontrei paz e consolo foi em Cristo e isso é o caminho até hoje. Nada me tira mais do meu propósito. Minha depressão foi curada sem remédio."
A filha mais nova acompanhou a mãe na igreja. "A minha filha mais nova, quando eu comecei a conversão, ela só tinha quatro anos, então ela caminhou comigo também. A minha filha é evangélica".
Deixar de cantar arrocha não afastou Nara Costa da música. A irmã Nara, como é conhecida por quem frequenta a igreja que a artista congrega, escolheu continuar falando de amor, mas desta vez sobre o amor por Jesus. Ao BN, a cantora revelou que ainda tem muitos fãs que a conheceram na época do arrocha e chegaram a se converter após a conversão dela.
"Quando eu era do Arrocha, eu gostava muito de ouvir MPB, tanto que o meu primeiro CD de arrocha foi só MPB. Eu sempre gostei de cantar canções que falassem de amor, eu nunca fui uma cantora de canções apelativas, de danças eróticas. E no evangélico eu canto canções que verdadeiramente falam do amor de Jesus, porque é isso que a gente precisa, propagar em forma de canção. Não é papo de Igreja, é papo do amor de Jesus mesmo. Quem conhece a palavra de Deus, e verdadeiramente vive a palavra de Deus, vai entender."
*Bahia Notícia