A abertura de cinco novos poços no Recôncavo Baiano marca um avanço necessário para a segurança hídrica da região. Esses poços, localizados em áreas estrategicamente mapeadas, serão fundamentais para ampliar a capacidade de abastecimento, especialmente em períodos de estiagem.
A iniciativa faz parte do Projeto de Segurança Hídrica no Recôncavo Baiano que, com um investimento de cerca de R$ 2 milhões, concluiu um estudo detalhado sobre o Sistema Aquífero Marizal São Sebastião, o principal manancial subterrâneo da região.
O levantamento, realizado entre 2018 e 2023, abrangeu 1.800 km² e envolveu municípios estratégicos da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Além de cadastrar 104 poços, o projeto automatizou 11 deles e instalou seis estações fluviométricas para monitorar os rios Joanes, Jacuípe e Pojuca, essenciais para a recarga do aquífero.
“Esse estudo nos direciona para as zonas favoráveis à perfuração de poços, evitando áreas de restrição absoluta, onde a exploração é proibida para proteger a qualidade e a quantidade da água”, explica Lúcio Landim, gerente de Mananciais da Embasa.
Uma das inovações mais impactantes do projeto foi o desenvolvimento de uma modelagem tridimensional do aquífero. Essa ferramenta permite simular cenários futuros, como períodos de seca prolongada ou aumento da demanda por água, e avaliar o impacto de cada situação sobre os recursos hídricos. “Com a modelagem 3D, podemos prever como o aquífero reagirá a diferentes pressões e planejar ações para mitigar riscos. É como ter um mapa do futuro”, destaca Landim.
Além disso, a implantação de uma rede automatizada de monitoramento representa um salto tecnológico. Onze poços estratégicos e seis estações fluviométricas fornecem dados em tempo real sobre o nível e a qualidade da água, além de informações precisas sobre vazão e volume dos rios. “Antes, dependíamos de medições manuais, que demandavam tempo e recursos. Agora, temos informações atualizadas e confiáveis para tomar decisões rápidas e eficientes”, afirma Landim.
*A Tarde