O ferry-boat Juracy Magalhães, que estava fora de atividade há sete anos, foi afundado na tarde desta sexta-feira (21), por volta das 15h, no mar do Rio Vermelho.
A ação aconteceu em parceria com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e a Marinha do Brasil, e tem o objetivo de fortalecer o turismo náutico local, além de beneficiar a vida marinha.
Uma vez afundado, a expectativa é que a estrutura metálica do Juracy Magalhães sirva de aporte de recife artificial. Dessa forma, toda a vegetação que será recomposta na embarcação vai agregar à superfície do material, segundo afirma João Santana, gestor ambiental da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA).
A previsão é que a embarcação só sofra um processo de decomposição após centenas de anos. Até lá, haverá benefícios à biodiversidade. "Vai ser criado um abrigo novo, um refúgio da biodiversidade que você vai atrair. Novas formas de vida e, futuramente, peixes naquela área ali (onde a embarcação foi afundada)", explica Marcelo Peres, biólogo do Inema.
Para o naufrágio controlado acontecer, a embarcação foi totalmente despoluída, vistoriada pelos órgãos ambientais e pela Marinha. O processo licitatório da operação começou em abril de 2023. "Depois do estudo prévio, a gente fez diversas inspeções à embarcação, que a gente precisa ter certeza de que não tem nenhum resíduo.
Um óleo, madeira, vidro. Foram quatro inspeções que a gente fez, acompanhados pela Marinha, pela engenheira naval", diz Marcelo. Espécies invasoras também foram retiradas da embarcação durante o processo.
A Baía de Todos-os-Santos possui, ao todo, cerca de 10 embarcações afundadas por causa de acidentes, das guerras de independência ou pelo naufrágio controlado. O ferry-boat Juracy Magalhães foi a terceira embarcação naufragada de forma controlada em Salvador. As outras duas, o ferry Agenor Gordilho e o rebocador Veja, foram afundados na Baía de Todos-os-Santos em 2020.
*Correio